segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Brasiliensessauro

40-RELATO DE UM DINO

Uma vez eu lia  livro sobre  Brasília e encontrei um trecho que me pareceu "familiar". Observei com mais atenção e reconheci que era um antigo texto meu, feito para uma peça publicitária do GDF, que, agora, estava incorporado nos livros de história da cidade (não me consultaram, nem citaram fonte, nem me remuneraram por isso...tsc,tsc,tsc). Lembrei-me de um outro episódio, logo que comecei a trabalhar, quando fiz um material sobre os então "30 anos do Catetinho". O diretor de arte foi lá com o fotógrafo e na volta me disse: aquilo lá é um negócio feio, velho, sem nada "bonito" para mostrar. Foi então, que vendo as fotos, me encantei com suas janelas, que eram mais ou menos assim (ao lado). Então o cartaz que criamos trazia só a janela de madeira, pintada de azul, ao centro, com a frase abaixo "Catetinho, Palácio de Tábuas". Acrescentei no sub-título: "10 dias de construção, 30 anos de história". A partir de então, o "sobrenome Palácio de Tábuas" pegou e é usado até hoje, sempre que se fala no Catetinho. Até o wikipédia sabe (http://pt.wikipedia.org/wiki/Catetinho).
No ano passado a UnB iniciou a comemoração de seus 50 anos. Uma das descobertas bacanas foi resgatar o  trabalho do arquiteto Elvin Dubugras, responsável pelo design de muitas cadeiras e mesas até hoje encontradas na universidade (aquelas cadeiras simples e retas, com assento em couro, são dele. Outros artistas "mais famosos" levavam a fama).
No post anterior, falando do aniversário de 50 anos do Militão, comentei que acompanhamos o efervescente Rock dos Anos 80 da cidade, com inúmeras bandas. Sim, conheci a Cássia Eller, quando ela ainda cantava no Bom Demais, da Cristina Roberto, na Asa Norte. (Era grátis, a gente só pagava a cerveja que consumia). Sou amigo do Murilão, que morava na 104 Sul, faixa preta de judô, que foi  uma espécie de "segurança informal" do Renato Russo.
Da mesma forma que eu, em minha área (Comunicação), minha esposa foi aluna, colega ou professora de todo mundo das artes cênicas do DF dos últimos 25 anos, incluindo a Ellen Oléria (comemoramos seu aniversário no gramado do IDA, na UnB).
Em resumo, ser contemporâneo de Brasília (a cidade está com 53) e da UnB (com 51) me proporcionou o privilégio de acompanhar e fazer parte desta história, ao vivo.  Isso já foi possível em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro (só que há mais de 400 anos) e que eu saiba, nenhum deles postou isso em Blogs, né? Ah, mas ainda eram os lusitanos...Ok, eu também sou luso-descendente. E candango, por adoção.


2 comentários:

  1. Texto excelente. Que olho bom o seu para destacar essa linda janela naquele monte de tabuinha suspensa... (digo suspensa porque me lembro do Catetinho fora do chão, como palafita, isso procede? Ou é a memória de uma coroa imaginando coisa?) No meu tempo aí (anos 70 e início dos 80) não ouvi a expressão Palácio de Tábuas, mas é perfeita.

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  2. O Catetinho e isso mesmo Mari. Explorei a contradição entre "palácio" e "tábuas"...rs. No começo de Brasília era assim. Tenho parentes que moraram em casinhas de tábuas e os visitei qdo ainda era criança. Guardei isso na memória.

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