2-MEU VELOCÍPEDE NÃO ERA VERMELHO.
Acho que era azul (ou talvez verde), mas era neste estilo. Nada de modernidades de velotrol (isso já foi na época de meu filho).
Um belo dia, sai com o velocípede e simplesmente "desapareci". Cidadezinha pequena, pacata, todos ficaram preocupados. Onde estará o Fernandinho? Parentes, amigos, vizinhos...todos procurando. Até que meu pai entra em um mercadinho e pergunta para a dona, uma japonesa, se ela não tinha visto um menininho em um velocípede. Ela respondeu que sim. Que eu tinha entrado lá e pedido a ela uma laranja. Disse que achou bonitinho, descascou a laranja e me deu. Eu teria dito a ela que estava fugindo de casa e iria para a casa de minha avó. Normal, se não fosse que minha avó morava em Barretos, a 44 km de Guaíra e eu tinha apenas 3 anos de idade.
Meu pai me achou a uns 2 km de casa, já quase na saída para Barretos (o que, pelo tamanho de Guaíra, e pelo meu, era muito longe). Só me lembro que quando cheguei em casa, minha vó Rosa estava lá. "Tadinho do menino, tava com saudade da vovó" e não deixou meu pai me bater. Desde este dia tive certeza de que eu amava minha avó. Também desde este dia comecei ouvir comentários de que "este menino é meio doidim". Dai a virar motociclista, foi só uma questão de tempo.
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