terça-feira, 26 de novembro de 2013

O TIJUCA

47- O HERÓI CAIPIRA

São infundados os boatos de que a Lagoa Rodrigo de Freitas seria de meu avô ou bisavô. Também não faço referência aqui a nenhum bairro carioca.
A origem da maior parte de minha família é das proximidades do Rio Grande, divisa de São Paulo e Minas Gerais. Tenho parentes dos dois lados deste rio. Só uma prima que recentemente mudou-se para o Rio, ok? Favor não confundir.
Mas, tinha um tio de meu pai que era muito especial, o Tio Juca. Ele morava um pouco mais longe, já em Goiás. Acho que ele foi a pessoa mais engraçada que  conheci. Caipirão, chapéu de palha e o cigarrinho idem sempre por perto. Pescador, caçador, ou seja, um grande contador de causos (mentiroso, se preferirem).
A melhor história dele foi quando numa caçada ou pescaria,  foi surpreendido por uma onça. Ele contava em detalhes e o povo em volta se empolgava. Com o interesse dos ouvintes, ele ia espichando a prosa. A situação, em resumo era esta: o único jeito de escapar da onça era passar por uma pinguela sobre um enorme penhasco. A onça ficou na espreita. Ele olhava para baixo e quase não via o chão. Olhava para trás e lá estava a onça. Mas, quando ele estava quase chegando do outro lado, eis que tem outra onça o aguardando. A galera vai ao delírio. "E ai, Tio Juca? O que aconteceu?". Ele para, pensa, coça a cabeça, percebe que foi longe demais na mentira e entrega os pontos: "-Ah, ai a onça me comeu". E antes que alguém protestasse, ele caia na gargalhada. E lá vinha outra história...rs. Aprendi isso com ele.

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