sábado, 17 de agosto de 2013

A vida vem em ondas

26- SE LIGA

Em publicidade, um dos clientes que eu tive o maior carinho e respeito foi a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Em sua "época de ouro", nos anos 40 e 50, foi muito mais influente que qualquer emissora de TV que conhecemos atualmente. Meu pai conta que era possível andar na rua e acompanhar a novela transmitida pelo rádio, pois todas as casas estavam sintonizadas na "Nacional". Dai se ouvir perfeitamente nas calçadas...
O Rio de Janeiro era a Capital Federal e o rádio o grande instrumento para unir os brasileiros. Desta época vem que, em todo o país, os times cariocas tem grande torcida. Lembro de meu pai comentar que, no interior de SP, era mais fácil acompanhar pelo rádio os times cariocas do que os jogos dos times locais.
Na faculdade, estudei a história do rádio, onde a Nacional era um capítulo à parte. Fiz, para ela dois trabalhos que me orgulho muito. Outros clientes me deram prêmios e mais dinheiro, é verdade. Mas, nem tudo se resume a dinheiro ou badalação. Especialmente, naquilo que nossa memória registra nas pastas sentimentais. O primeiro foi na comemoração dos 60 Anos da Rádio Nacional, um anúncio para revista. Usei como título: "A vida vem em ondas" e no subtítulo: Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Há 60 anos na vida do Rio, como o mar. A foto, claro, era de uma praia carioca. (Ok, a referência era ao poetinha  Vinícius de Morais. Embora, Lulu Santos tenha transformado em música) Dizem que a Diretora da Rádio, que deveria aprovar o anúncio, chorou ao ler.
O segundo trabalho era menos pretensioso, deveria ser um simples anúncio (pequeno) para jornal, divulgando as transmissões esportivas da emissora. Tasquei o título: "Futebol, a emoção Nacional". Isso foi ainda nos meus tempos de MPM Propaganda, ou seja, há pelo menos 25 anos. Há pouco tempo ouvi um jogo de futebol pelo rádio, pela Nacional. E não é que meu título virou "bordão" durante as transmissões? Até hoje. Como não se orgulhar de fazer parte desta história tão bonita, né?

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