sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Tudismo

27. É TUDO. OU NÃO.

"Meninos são bobos", já dizia a Mônica sobre o Cebolinha e o Cascão. Comigo, não seria diferente. Tento ser bobo até hoje. Às vezes é mais difícil, mas nada como um treinamento contínuo para obter bons resultados.
Uma de minhas bobeiras favoritas, na época da faculdade, era teorizar sobre o "Tudismo", uma filosofia ou teoria que inventei. Em resumo, o "tudismo é tudo, não exclui nada". Mas, para não ser "radical demais", inclui no final uma malemolência meio Caetano, meio Gil, que se tornou a marca registrada: "Tudismo é tudo. Ou não".
Assim, em nossas conversas com a galera da faculdade, quando o assunto ou a gente tava ficando pra lá de Marrakesh, o Tudismo nos salvava. Era sempre o argumento definitivo (ou não) para qualquer discussão. Creio que muitos amigos daquela época ainda se lembram do Tudismo (ou não, claro. Não compete a mim explicar porque ex-alunos do curso de Comunicação da UnB possam ter problemas de memória. Ok?).
Pouco tempo depois que sai da faculdade, conheci algumas tradições filosóficas orientais (até então, meu único contato com o Oriente tinha sido algumas namoradas nipo-descendentes e uma única visita ao bairro da Liberdade, em Sumpaulo) e eis que sou apresentado ao Taoismo, que poderia ser visto, como uma espécie de Tudismo, só que dito por um grande sábio, no caso, Lao Tsé. Uma de suas ideias é que "o Tao que pode ser expresso não é o Tao Absoluto. O nome que pode ser revelado não é o Nome Absoluto". Diante disso, faço minhas as palavras de Guimarães Rosa, que também é autor de um grande livro taoista, o Grande SerTao: Veredas:"Sentei em cima de nada. E cri tão certo, depressa, que foi como sempre eu tivesse sabido aquilo. Menos disse."
Com todo respeito à Lao Tsé, que viveu por volta de 500 A.C. (e na China, portanto, bem distante de Guaíra), excluo a remota possibilidade de plágio prévio, se é que isso possa existir. Concluo então que, independente dos nomes, eu conhecia aquilo, mesmo sem saber que sabia. Muito simples de entender, né? Ou não.

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