28- O ANO QUE MUDOU MINHA VIDA
Em 1982 tinhamos um timaço na Copa do Mundo. Sócrates, Zico, Falcão...ok, tinha Toninho Cerezzo também. O técnico era Telê Santana. Eu tinha 18 anos e estava fazendo cursinho pré-vestibular. A sala era grande, devia ter uns 200 alunos. Tive uma grande ideia: fazer bolões em todos os jogos, incluindo coisas como China versus Cazaquistão. A estratégia era simples. Nossa turma, de uns 30 vagabundos, marcava todos os resultados possíveis. De 0 a 0 a 5 a 5. E passávamos o bolão pro resto da galera. Sempre tinha 2 acertadores, sendo um da turma, que, lógico, pagava as cervejas pra galera. Assim, a dinheiro de hoje, investiamos 30 reais e o bolão ficava em torno de 120 a 150. A metade dava entre 60 e 75. A cerveja custava R$ 1,00. Logo, nunca bebi tanto em uma Copa do Mundo, como em 1982.
Em julho daquele ano, o Brasil era derrotado por Paolo Rossi, da Itália (lembram da ressalva que eu fiz ao Toninho Cerezzo, pois é. Tá explicado, né?) e eu prestei o vestibular da UnB.
Na república em que fiquei para fazer as provas nos quatro dias de vestibular tinha uma coleção completa do Asterix. Eu não conhecia. Li todos e passei os 4 dias gargalhando. Dos meus colegas, a maioria prestava vestibular para engenharia e viravam a noite estudando para as provas do dia seguinte. Resultado: dos 8 que estavam na República eu fui o único aprovado no vestibular. Da minha turma de cursinho, que tomamos todas na Copa, exceto eu, ninguém passou em universidade federal ou pública, naquele meio de ano.
Foi como se eu tivesse feito um gol de mão, like a Maradona (mas isso foi em outra Copa, ok?). Indignação geral da galera com o vagabundo aqui. Fazer o quê, o mundo é injusto, né?
Assim, 1982 mudou minha vida. Vim morar em Brasília e aqui estou desde então. Então qual é a dica para 2014? Venham para Brasília ver os jogos e tomem todas. Ah, tem o lance do bolão pros trouxas pagarem suas cervejas também. Se a Seleção vai ganhar ou perder, isso já é outra história. Simples assim...rs.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
O Tudismo
27. É TUDO. OU NÃO.
"Meninos são bobos", já dizia a Mônica sobre o Cebolinha e o Cascão. Comigo, não seria diferente. Tento ser bobo até hoje. Às vezes é mais difícil, mas nada como um treinamento contínuo para obter bons resultados.
Uma de minhas bobeiras favoritas, na época da faculdade, era teorizar sobre o "Tudismo", uma filosofia ou teoria que inventei. Em resumo, o "tudismo é tudo, não exclui nada". Mas, para não ser "radical demais", inclui no final uma malemolência meio Caetano, meio Gil, que se tornou a marca registrada: "Tudismo é tudo. Ou não".
Assim, em nossas conversas com a galera da faculdade, quando o assunto ou a gente tava ficando pra lá de Marrakesh, o Tudismo nos salvava. Era sempre o argumento definitivo (ou não) para qualquer discussão. Creio que muitos amigos daquela época ainda se lembram do Tudismo (ou não, claro. Não compete a mim explicar porque ex-alunos do curso de Comunicação da UnB possam ter problemas de memória. Ok?).
Pouco tempo depois que sai da faculdade, conheci algumas tradições filosóficas orientais (até então, meu único contato com o Oriente tinha sido algumas namoradas nipo-descendentes e uma única visita ao bairro da Liberdade, em Sumpaulo) e eis que sou apresentado ao Taoismo, que poderia ser visto, como uma espécie de Tudismo, só que dito por um grande sábio, no caso, Lao Tsé. Uma de suas ideias é que "o Tao que pode ser expresso não é o Tao Absoluto. O nome que pode ser revelado não é o Nome Absoluto". Diante disso, faço minhas as palavras de Guimarães Rosa, que também é autor de um grande livro taoista, o Grande SerTao: Veredas:"Sentei em cima de nada. E cri tão certo, depressa, que foi como sempre eu tivesse sabido aquilo. Menos disse."
Com todo respeito à Lao Tsé, que viveu por volta de 500 A.C. (e na China, portanto, bem distante de Guaíra), excluo a remota possibilidade de plágio prévio, se é que isso possa existir. Concluo então que, independente dos nomes, eu conhecia aquilo, mesmo sem saber que sabia. Muito simples de entender, né? Ou não.
"Meninos são bobos", já dizia a Mônica sobre o Cebolinha e o Cascão. Comigo, não seria diferente. Tento ser bobo até hoje. Às vezes é mais difícil, mas nada como um treinamento contínuo para obter bons resultados.
Uma de minhas bobeiras favoritas, na época da faculdade, era teorizar sobre o "Tudismo", uma filosofia ou teoria que inventei. Em resumo, o "tudismo é tudo, não exclui nada". Mas, para não ser "radical demais", inclui no final uma malemolência meio Caetano, meio Gil, que se tornou a marca registrada: "Tudismo é tudo. Ou não".
Assim, em nossas conversas com a galera da faculdade, quando o assunto ou a gente tava ficando pra lá de Marrakesh, o Tudismo nos salvava. Era sempre o argumento definitivo (ou não) para qualquer discussão. Creio que muitos amigos daquela época ainda se lembram do Tudismo (ou não, claro. Não compete a mim explicar porque ex-alunos do curso de Comunicação da UnB possam ter problemas de memória. Ok?).
Pouco tempo depois que sai da faculdade, conheci algumas tradições filosóficas orientais (até então, meu único contato com o Oriente tinha sido algumas namoradas nipo-descendentes e uma única visita ao bairro da Liberdade, em Sumpaulo) e eis que sou apresentado ao Taoismo, que poderia ser visto, como uma espécie de Tudismo, só que dito por um grande sábio, no caso, Lao Tsé. Uma de suas ideias é que "o Tao que pode ser expresso não é o Tao Absoluto. O nome que pode ser revelado não é o Nome Absoluto". Diante disso, faço minhas as palavras de Guimarães Rosa, que também é autor de um grande livro taoista, o Grande SerTao: Veredas:"Sentei em cima de nada. E cri tão certo, depressa, que foi como sempre eu tivesse sabido aquilo. Menos disse."
Com todo respeito à Lao Tsé, que viveu por volta de 500 A.C. (e na China, portanto, bem distante de Guaíra), excluo a remota possibilidade de plágio prévio, se é que isso possa existir. Concluo então que, independente dos nomes, eu conhecia aquilo, mesmo sem saber que sabia. Muito simples de entender, né? Ou não.
sábado, 17 de agosto de 2013
A vida vem em ondas
26- SE LIGA
Em publicidade, um dos clientes que eu tive o maior carinho e respeito foi a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Em sua "época de ouro", nos anos 40 e 50, foi muito mais influente que qualquer emissora de TV que conhecemos atualmente. Meu pai conta que era possível andar na rua e acompanhar a novela transmitida pelo rádio, pois todas as casas estavam sintonizadas na "Nacional". Dai se ouvir perfeitamente nas calçadas...
O Rio de Janeiro era a Capital Federal e o rádio o grande instrumento para unir os brasileiros. Desta época vem que, em todo o país, os times cariocas tem grande torcida. Lembro de meu pai comentar que, no interior de SP, era mais fácil acompanhar pelo rádio os times cariocas do que os jogos dos times locais.
Na faculdade, estudei a história do rádio, onde a Nacional era um capítulo à parte. Fiz, para ela dois trabalhos que me orgulho muito. Outros clientes me deram prêmios e mais dinheiro, é verdade. Mas, nem tudo se resume a dinheiro ou badalação. Especialmente, naquilo que nossa memória registra nas pastas sentimentais. O primeiro foi na comemoração dos 60 Anos da Rádio Nacional, um anúncio para revista. Usei como título: "A vida vem em ondas" e no subtítulo: Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Há 60 anos na vida do Rio, como o mar. A foto, claro, era de uma praia carioca. (Ok, a referência era ao poetinha Vinícius de Morais. Embora, Lulu Santos tenha transformado em música) Dizem que a Diretora da Rádio, que deveria aprovar o anúncio, chorou ao ler.
O segundo trabalho era menos pretensioso, deveria ser um simples anúncio (pequeno) para jornal, divulgando as transmissões esportivas da emissora. Tasquei o título: "Futebol, a emoção Nacional". Isso foi ainda nos meus tempos de MPM Propaganda, ou seja, há pelo menos 25 anos. Há pouco tempo ouvi um jogo de futebol pelo rádio, pela Nacional. E não é que meu título virou "bordão" durante as transmissões? Até hoje. Como não se orgulhar de fazer parte desta história tão bonita, né?
Em publicidade, um dos clientes que eu tive o maior carinho e respeito foi a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Em sua "época de ouro", nos anos 40 e 50, foi muito mais influente que qualquer emissora de TV que conhecemos atualmente. Meu pai conta que era possível andar na rua e acompanhar a novela transmitida pelo rádio, pois todas as casas estavam sintonizadas na "Nacional". Dai se ouvir perfeitamente nas calçadas...
O Rio de Janeiro era a Capital Federal e o rádio o grande instrumento para unir os brasileiros. Desta época vem que, em todo o país, os times cariocas tem grande torcida. Lembro de meu pai comentar que, no interior de SP, era mais fácil acompanhar pelo rádio os times cariocas do que os jogos dos times locais.
Na faculdade, estudei a história do rádio, onde a Nacional era um capítulo à parte. Fiz, para ela dois trabalhos que me orgulho muito. Outros clientes me deram prêmios e mais dinheiro, é verdade. Mas, nem tudo se resume a dinheiro ou badalação. Especialmente, naquilo que nossa memória registra nas pastas sentimentais. O primeiro foi na comemoração dos 60 Anos da Rádio Nacional, um anúncio para revista. Usei como título: "A vida vem em ondas" e no subtítulo: Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Há 60 anos na vida do Rio, como o mar. A foto, claro, era de uma praia carioca. (Ok, a referência era ao poetinha Vinícius de Morais. Embora, Lulu Santos tenha transformado em música) Dizem que a Diretora da Rádio, que deveria aprovar o anúncio, chorou ao ler.
O segundo trabalho era menos pretensioso, deveria ser um simples anúncio (pequeno) para jornal, divulgando as transmissões esportivas da emissora. Tasquei o título: "Futebol, a emoção Nacional". Isso foi ainda nos meus tempos de MPM Propaganda, ou seja, há pelo menos 25 anos. Há pouco tempo ouvi um jogo de futebol pelo rádio, pela Nacional. E não é que meu título virou "bordão" durante as transmissões? Até hoje. Como não se orgulhar de fazer parte desta história tão bonita, né?
domingo, 11 de agosto de 2013
Efeito Orloff
25-SOU VOCÊ AMANHÃ
Hoje, Dia dos Pais, compartilhei uma foto em que estou com meu pai e minha irmã, da última vez que estivemos juntos.
Um belo dia percebi a coincidência: meu pai era 27 anos mais velho que eu; e meu avô, 27 anos mais velho que meu pai. Não deu outra: aos 27 me tornei pai também.
A imagem que tenho de meu avô é de um velhinho, magro, rosto fino e cabelos brancos...minha ex esposa o conheceu e comentou: "já sei como você vai ficar quando envelhecer". Não. Ainda não sou avô. Já me conformei de que a imagem que meu neto terá de mim não será diferente...rs. Bom, isso depende de meu filho. Agora ele tem 22... quem sabe a nossa tradição chega a mais uma geração? Façam suas apostas, senhoras e senhores.
Hoje, Dia dos Pais, compartilhei uma foto em que estou com meu pai e minha irmã, da última vez que estivemos juntos.
Um belo dia percebi a coincidência: meu pai era 27 anos mais velho que eu; e meu avô, 27 anos mais velho que meu pai. Não deu outra: aos 27 me tornei pai também.
A imagem que tenho de meu avô é de um velhinho, magro, rosto fino e cabelos brancos...minha ex esposa o conheceu e comentou: "já sei como você vai ficar quando envelhecer". Não. Ainda não sou avô. Já me conformei de que a imagem que meu neto terá de mim não será diferente...rs. Bom, isso depende de meu filho. Agora ele tem 22... quem sabe a nossa tradição chega a mais uma geração? Façam suas apostas, senhoras e senhores.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Lobo Mau
24- MACHO ALFA
Revendo algumas fotos do antigo celular, eis que acho esta do Alfa ainda filhote. (Ok, o nome, segundo meu filho é Alface) Na época, a gente ainda morava no apto na Asa Sul. Todas as crianças do prédio vinham brincar com ele, várias vezes ao dia. Assim, ele cresceu, brincalhão e adorando crianças.
Um pouco maior, ele encontrou em um passeio na quadra um bebê, que começava a andar. O bebê o abraçava, deitava em cima dele, enfiava a mão em sua boca, etc... juntou gente na calçada para ver a "farra" dos dois. Daí quando eu digo que ele é incapaz de fazer mal a um bebezinho, não é força de expressão. É fato. Ele faz o gênero "nunca te vi, sempre te amei". O engraçado é que ele tem esta cara meio de lobo, meio de raposa, que assusta um pouco os desavisados. Foi assim com uma criança, de uns 7 anos, que ficou morrendo de medo dele e falou para os pais: -"Olha, um lobo". Segurei o riso. O dono, com certeza é mais "brabo" que ele...tanto que, para "cão de guarda" arrumei uma vira-latas, a Lila (que um belo dia fugiu assustada com os fogos da festa junina do vizinho e nunca mais apareceu). Tive que arrumar outra cachorrinha, metade vira-latas, metade rotweiller, a Nina. Agora ela está com 2 meses de idade e hoje, eu e o Alfa a levamos para passear pela primeira vez. Só espero que ele não a ensine ser tão dócil assim, né?
Revendo algumas fotos do antigo celular, eis que acho esta do Alfa ainda filhote. (Ok, o nome, segundo meu filho é Alface) Na época, a gente ainda morava no apto na Asa Sul. Todas as crianças do prédio vinham brincar com ele, várias vezes ao dia. Assim, ele cresceu, brincalhão e adorando crianças.
Um pouco maior, ele encontrou em um passeio na quadra um bebê, que começava a andar. O bebê o abraçava, deitava em cima dele, enfiava a mão em sua boca, etc... juntou gente na calçada para ver a "farra" dos dois. Daí quando eu digo que ele é incapaz de fazer mal a um bebezinho, não é força de expressão. É fato. Ele faz o gênero "nunca te vi, sempre te amei". O engraçado é que ele tem esta cara meio de lobo, meio de raposa, que assusta um pouco os desavisados. Foi assim com uma criança, de uns 7 anos, que ficou morrendo de medo dele e falou para os pais: -"Olha, um lobo". Segurei o riso. O dono, com certeza é mais "brabo" que ele...tanto que, para "cão de guarda" arrumei uma vira-latas, a Lila (que um belo dia fugiu assustada com os fogos da festa junina do vizinho e nunca mais apareceu). Tive que arrumar outra cachorrinha, metade vira-latas, metade rotweiller, a Nina. Agora ela está com 2 meses de idade e hoje, eu e o Alfa a levamos para passear pela primeira vez. Só espero que ele não a ensine ser tão dócil assim, né?
domingo, 4 de agosto de 2013
Pautando "O Cara"
23-DE POST EM POST...
Tudo começou quando vi na internet esta foto. Um carro da campanha do Serra, na última eleição em São Paulo, que "não viu um poste". Piada pronta, pensei.
Primeiro foi a derrota para Dilma, que era ridicularizada pela mídia como sendo "um poste de Lula". Ganhou e comemorei muito a posse dela. Haddad começou tímido e desconhecido na campanha eleitoral. Como publicitário e profissional de marketing (trabalhei em minha primeira campanha política em 1986. E ganhamos.) acreditei nas chances dele quando ainda estava com 3% das intenções de voto e fiz campanha sim, mesmo que à distância, na internet. Então, soltei a frase: "Haddad é mais um poste de Lula no caminho de Serra. Ainda bem." Logo a ideia se propagou na rede e acrescentaram: "de poste em poste a gente vai iluminando o Brasil".
Quando "O Cara" falou exatamente isso em um discurso em Campinas, eu não acreditei. O grande Lula repercutindo o que dizíamos no twitter. Mó orgulho. Conversando com um amigo, ele resumiu: "Claro que o Lula acompanha o que está rolando na internet. Se não pessoalmente, deve ter assessores que fazem isso".
Apesar de não ser nenhuma celebridade ou ter zilhões de seguidores (mesmo sabendo que "celebridades" "compram" seguidores "fakes" só para parecer que são "celebridades". Coisa doida, né?) me senti recompensado em minha "militância virtual". A gente somos formiguinhas, mas de post em post...já viu, né? kkkk
Tudo começou quando vi na internet esta foto. Um carro da campanha do Serra, na última eleição em São Paulo, que "não viu um poste". Piada pronta, pensei.
Primeiro foi a derrota para Dilma, que era ridicularizada pela mídia como sendo "um poste de Lula". Ganhou e comemorei muito a posse dela. Haddad começou tímido e desconhecido na campanha eleitoral. Como publicitário e profissional de marketing (trabalhei em minha primeira campanha política em 1986. E ganhamos.) acreditei nas chances dele quando ainda estava com 3% das intenções de voto e fiz campanha sim, mesmo que à distância, na internet. Então, soltei a frase: "Haddad é mais um poste de Lula no caminho de Serra. Ainda bem." Logo a ideia se propagou na rede e acrescentaram: "de poste em poste a gente vai iluminando o Brasil".
Quando "O Cara" falou exatamente isso em um discurso em Campinas, eu não acreditei. O grande Lula repercutindo o que dizíamos no twitter. Mó orgulho. Conversando com um amigo, ele resumiu: "Claro que o Lula acompanha o que está rolando na internet. Se não pessoalmente, deve ter assessores que fazem isso".
Apesar de não ser nenhuma celebridade ou ter zilhões de seguidores (mesmo sabendo que "celebridades" "compram" seguidores "fakes" só para parecer que são "celebridades". Coisa doida, né?) me senti recompensado em minha "militância virtual". A gente somos formiguinhas, mas de post em post...já viu, né? kkkk
Distâncias
22-RELATIVIDADES
Clodo, meu ex-colega professor da UnB, amigo e compositor de várias músicas (talvez a mais famosa seja "Revelação") dizia em uma delas que "as portas e janelas na infância pareciam maiores do que são hoje". Tudo é relativo.
Moro, há 30 anos, distante de minha família, o que não impedia de passar todos os Natais com eles e meu sobrinho sempre foi muito ligado a mim e ao meu filho em sua infância, apesar de ter vários outros parentes muito mais próximos.
Minha esposa trabalha a 430 km daqui, viaja semana sim, semana não para vir para casa. Por coincidência, há 5 anos ela também atua em Educação à Distância. Tem alunos no Acre, em Barretos, além dos que convive no dia a dia, em Uberlândia. Também, não por coincidência, o Doutorado que ela cursa terá como tema "O Ensino do teatro por EAD".
Não tenho a pretensão de explicar nada, mas o I Ching dá uma dica: "Quando um sentimento é expresso com sinceridade e pureza, quando um ato é a manifestação clara do que se sente e pensa, exercem uma influência misteriosa que se propaga mesmo à distância".
Os muitos amigos que fiz no twitter ou pelos meus blogs, por exemplo, me convencem que isto é verdade.
Clodo, meu ex-colega professor da UnB, amigo e compositor de várias músicas (talvez a mais famosa seja "Revelação") dizia em uma delas que "as portas e janelas na infância pareciam maiores do que são hoje". Tudo é relativo.
Moro, há 30 anos, distante de minha família, o que não impedia de passar todos os Natais com eles e meu sobrinho sempre foi muito ligado a mim e ao meu filho em sua infância, apesar de ter vários outros parentes muito mais próximos.
Minha esposa trabalha a 430 km daqui, viaja semana sim, semana não para vir para casa. Por coincidência, há 5 anos ela também atua em Educação à Distância. Tem alunos no Acre, em Barretos, além dos que convive no dia a dia, em Uberlândia. Também, não por coincidência, o Doutorado que ela cursa terá como tema "O Ensino do teatro por EAD".
Não tenho a pretensão de explicar nada, mas o I Ching dá uma dica: "Quando um sentimento é expresso com sinceridade e pureza, quando um ato é a manifestação clara do que se sente e pensa, exercem uma influência misteriosa que se propaga mesmo à distância".
Os muitos amigos que fiz no twitter ou pelos meus blogs, por exemplo, me convencem que isto é verdade.
sábado, 3 de agosto de 2013
Meus 10 Mais
21- INUTILIDADE PÚBLICA
Na internet é possível encontrar listas de tudo, dos melhores fillmes, dos piores, das pessoas mais bonitas até aos mais sem-noção ou rídiculos. Então, resolvo dar minha contribuição, listando os 10 filmes que mais me marcaram nestes meus 50tinha:
1) TUBARÃO
Não assisti. Na época de seu lançamento eu não tinha idade para entrar no filme (acho que era Censura 14 ou 16 anos, e eu tinha um pouco menos que isso). Só de raiva, evitei assistir nas inúmeras vezes que passou na sessão da tarde.
2) HAIR
Assisti a primeira vez ainda em Ribeirão Preto. Depois assisti mais umas 12 vezes. Parei de contar quantas vezes assisti. Comprei o DVD. Conheço todas as músicas e sequências do filme.
3) APOCALIPSE NOW
Uma porrada. Marlon Brando questionando a "sanidade de nossa sociedade" e a cena do bombardeio na praia ao som de Cavalgada das Valquírias. "É o horror".
4) MAD MAX
Sai do cinema anestesiado, meio em transe. De repente percebo um carro do meu lado e eu estava de moto. Achei que ele iria passar por cima de mim, como no filme. Baita susto.
5) THE WALL
Na faculdade a gente sempre inventava um motivo para assistir, em vídeo. Claro que, para entrar no "clima" do filme, rolava antes uma "festinha". Não consigo me lembrar de uma só cena. Não sei porquê...rs.
6) BLADE RUNNER
Marcou uma geração. Matrix e tudo mais são consequências. Acho que meu filho foi gerado ao som da trilha sonora deste filme. "One more kiss dear, one more time"...
7) SACCO E VANZETTI
Filme político, sai revoltado do cinema. Ao chegar na rua, a claridade me cegou. Fiquei desorientado. Descobri ali que tinha miopia.
8) CIDADÃO KANE
Toda lista de filmes tem que ter. (Alguns o fazem só para parecer "chics" ou intelectualizados). Não é meu caso. Revolucionou o cinema e o uso da luz, da profundidade de campo, das sequências sem cortes...
9) METRÓPOLIS
Assisti o original e depois, o colorizado em São Paulo. Saio do cinema na Brigadeiro, entro na Av. Paulista, em meio àquele mar de gente apressada no fim da tarde. Perfeito.
10) ACOSSADO
A falta de sentido da vida, a ação, os diálogos cortantes. A atriz (que não lembro o nome), linda.
Fiquei na dúvida ao escolher o décimo e último da lista. Claro que poderia incluir outros. (2001, Laranja Mecânica, Sonhos de uma noite de Verão, Ran, etc) Mas, puxando pela memória foi o que me veio. Reafirmo não ter nenhuma pretensão de rigor técnico ou científico, como aliás o são todas as "Listas de 10 Mais". Injustiça não citar também "O Arranha-Céu", um filme japonês de 4 horas de duração, interminável, que conta a história da construção do primeiro grande edifício de Tóquio, "solucionado" pelo engenheiro quando descobriu o "parafuso certo" que deveria usar. Sem dúvida, o pior filme que assisti em toda minha vida. Não. Não assisti nenhum filme do Jabor.
Na internet é possível encontrar listas de tudo, dos melhores fillmes, dos piores, das pessoas mais bonitas até aos mais sem-noção ou rídiculos. Então, resolvo dar minha contribuição, listando os 10 filmes que mais me marcaram nestes meus 50tinha:
1) TUBARÃO
Não assisti. Na época de seu lançamento eu não tinha idade para entrar no filme (acho que era Censura 14 ou 16 anos, e eu tinha um pouco menos que isso). Só de raiva, evitei assistir nas inúmeras vezes que passou na sessão da tarde.
2) HAIR
Assisti a primeira vez ainda em Ribeirão Preto. Depois assisti mais umas 12 vezes. Parei de contar quantas vezes assisti. Comprei o DVD. Conheço todas as músicas e sequências do filme.
3) APOCALIPSE NOW
Uma porrada. Marlon Brando questionando a "sanidade de nossa sociedade" e a cena do bombardeio na praia ao som de Cavalgada das Valquírias. "É o horror".
4) MAD MAX
Sai do cinema anestesiado, meio em transe. De repente percebo um carro do meu lado e eu estava de moto. Achei que ele iria passar por cima de mim, como no filme. Baita susto.
5) THE WALL
Na faculdade a gente sempre inventava um motivo para assistir, em vídeo. Claro que, para entrar no "clima" do filme, rolava antes uma "festinha". Não consigo me lembrar de uma só cena. Não sei porquê...rs.
6) BLADE RUNNER
Marcou uma geração. Matrix e tudo mais são consequências. Acho que meu filho foi gerado ao som da trilha sonora deste filme. "One more kiss dear, one more time"...
7) SACCO E VANZETTI
Filme político, sai revoltado do cinema. Ao chegar na rua, a claridade me cegou. Fiquei desorientado. Descobri ali que tinha miopia.
8) CIDADÃO KANE
Toda lista de filmes tem que ter. (Alguns o fazem só para parecer "chics" ou intelectualizados). Não é meu caso. Revolucionou o cinema e o uso da luz, da profundidade de campo, das sequências sem cortes...
9) METRÓPOLIS
Assisti o original e depois, o colorizado em São Paulo. Saio do cinema na Brigadeiro, entro na Av. Paulista, em meio àquele mar de gente apressada no fim da tarde. Perfeito.
10) ACOSSADO
A falta de sentido da vida, a ação, os diálogos cortantes. A atriz (que não lembro o nome), linda.
Fiquei na dúvida ao escolher o décimo e último da lista. Claro que poderia incluir outros. (2001, Laranja Mecânica, Sonhos de uma noite de Verão, Ran, etc) Mas, puxando pela memória foi o que me veio. Reafirmo não ter nenhuma pretensão de rigor técnico ou científico, como aliás o são todas as "Listas de 10 Mais". Injustiça não citar também "O Arranha-Céu", um filme japonês de 4 horas de duração, interminável, que conta a história da construção do primeiro grande edifício de Tóquio, "solucionado" pelo engenheiro quando descobriu o "parafuso certo" que deveria usar. Sem dúvida, o pior filme que assisti em toda minha vida. Não. Não assisti nenhum filme do Jabor.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Nonada
20-O SERTÃO ESTÁ EM TODA PARTE
Devo ao "Visconde de Sabugosa" minha paixão pelo Grande Sertão: Veredas. Seu nome era Renato (de significado renascido), foi meu professor de literatura no colégio e era um apaixonado pelo Grande Sertão. Tanto que deu aulas na região descrita pelo livro durante anos só para poder percorrer os lugares que Rosa descrevia.
Ele tinha o costume de "contar os enredos" dos livros atribuindo aos colegas da sala os personagens. "Esta nossa amiga aqui era apaixonada pelo moço loiro, aqui representado pelo fulano (outro colega da turma)". Claro que, para evitar reclamações dos pais dos alunos, os personagens "malditos", ele sempre os atribuia a mim. Assim fui prostituta, gigolô, bandido...e tudo que não prestava. Eramos amigos, em resumo.
Li o Grande Sertão na adolescência e me impactou muito. Percebi intuitivamente que ele tinha a ver com o Tao te King. "Ao se entender o significado de uma pedra, pode-se compreender o mundo". Ou seja, "o todo" está na "menor parte". Mire e veja.
Muitos anos depois descobri um autor, Francis Utéza, que pesquisou durante 15 anos para escrever "JGR: A Metafísica do Grande Sertão". Ali, ele mostrava que Guimarães Rosa, em um texto aparentemente camuflado em um romance regional, falava das grandes leis universais, com influências do Taoísmo, do Zen-Budismo, do Tarot, simbolismo maçônico e, principalmente, da alquimia. Doutrinas e tradições que Rosa demonstrava conhecer e sobre as quais tinha livros em sua biblioteca pessoal. A trajetória do personagem Riobaldo seria o relato de alguém que alcançou a iluminação, ou o Nirvana, como dizem os budistas. Um guia para os que buscarem seguir seus caminhos estreitos, ou veredas. "Assim que: tosou-se, floreou-se! Ahã. Por isso dito, é que a ida para o Céu é demorada."
Fiz algumas palestras e escrevi a respeito disso. Até que um dia, voltando de Belo Horizonte, exatamente em Andrequicé, que faz parte hoje do chamado "Circuito Guimarães Rosa", vejo uma paisagem exatamente como as descritas no livro: "Lhe falo do Sertão. Do que não sei. Um grande sertão! Não sei. Ninguém ainda não sabe. Só umas raríssimas pessoas -e só essas poucas veredas, veredazinhas. O que muito lhe agradeço é a sua fineza de atenção". Claro, tive que registrar a foto com o celular. E de fazer minhas as palavras do Mestre. Aprendi isso com o Visconde de Sabugosa.
Devo ao "Visconde de Sabugosa" minha paixão pelo Grande Sertão: Veredas. Seu nome era Renato (de significado renascido), foi meu professor de literatura no colégio e era um apaixonado pelo Grande Sertão. Tanto que deu aulas na região descrita pelo livro durante anos só para poder percorrer os lugares que Rosa descrevia.
Ele tinha o costume de "contar os enredos" dos livros atribuindo aos colegas da sala os personagens. "Esta nossa amiga aqui era apaixonada pelo moço loiro, aqui representado pelo fulano (outro colega da turma)". Claro que, para evitar reclamações dos pais dos alunos, os personagens "malditos", ele sempre os atribuia a mim. Assim fui prostituta, gigolô, bandido...e tudo que não prestava. Eramos amigos, em resumo.
Li o Grande Sertão na adolescência e me impactou muito. Percebi intuitivamente que ele tinha a ver com o Tao te King. "Ao se entender o significado de uma pedra, pode-se compreender o mundo". Ou seja, "o todo" está na "menor parte". Mire e veja.
Muitos anos depois descobri um autor, Francis Utéza, que pesquisou durante 15 anos para escrever "JGR: A Metafísica do Grande Sertão". Ali, ele mostrava que Guimarães Rosa, em um texto aparentemente camuflado em um romance regional, falava das grandes leis universais, com influências do Taoísmo, do Zen-Budismo, do Tarot, simbolismo maçônico e, principalmente, da alquimia. Doutrinas e tradições que Rosa demonstrava conhecer e sobre as quais tinha livros em sua biblioteca pessoal. A trajetória do personagem Riobaldo seria o relato de alguém que alcançou a iluminação, ou o Nirvana, como dizem os budistas. Um guia para os que buscarem seguir seus caminhos estreitos, ou veredas. "Assim que: tosou-se, floreou-se! Ahã. Por isso dito, é que a ida para o Céu é demorada."
Fiz algumas palestras e escrevi a respeito disso. Até que um dia, voltando de Belo Horizonte, exatamente em Andrequicé, que faz parte hoje do chamado "Circuito Guimarães Rosa", vejo uma paisagem exatamente como as descritas no livro: "Lhe falo do Sertão. Do que não sei. Um grande sertão! Não sei. Ninguém ainda não sabe. Só umas raríssimas pessoas -e só essas poucas veredas, veredazinhas. O que muito lhe agradeço é a sua fineza de atenção". Claro, tive que registrar a foto com o celular. E de fazer minhas as palavras do Mestre. Aprendi isso com o Visconde de Sabugosa.
Yoga, Baby
19-BABILON, BABY
Acho que esta é minha foto preferida. Tinha 7 meses de idade. A pose confortável lembra a prática de yoga. Será que era?
Meus pais frequentavam a igreja Católica. Uma avó era espírita e a outra crente. Uma salada. Na adolescência cheguei até a ir em igreja Batista, mas confesso, meu real interesse era por uma loirinha linda, que nem lembro mais o nome.
Já adulto, me interessei por outras filosofias/religiões/tradições. Tudo começou quando um colega de trabalho me apresentou o I Ching. Fiquei encantado com a cultura chinesa, como se me redescobrisse. Depois, curioso que sou, fui atrás do Tao te King, Hinduísmo, Budismo e Teosofia...além de tarot, astrologia e outras cositas boas.
Digo isso não para me justificar em "rótulos", mas para que entendam melhor minha "referência interna" quando afirmo no post anterior: "A inocência não-contaminada de meu filho me deu uma baita lição"; Tinha em mente o I Ching: "O homem recebeu do céu uma natureza essencialmente boa, para guiá-lo em todos os seus movimentos. Entregando-se ao princípio divino dentro de si, o homem alcança uma inocência incontaminada" (Hexagrama 25, Inocência). Mesma ideia de "Quem segue o caminho do Tao, se identifica com o Tao" (Tao te King).
Assim, respeito outras tradições como a Kabala ou mesmo o cristianismo, apesar de que nunca me despertaram maiores interesses. Sinto que não são "a minha praia". E assim, a gente vai seguindo nosso caminho individual, que nos une ou não. O engraçado é que, meu filho ainda pequeno, jurava que era dele a fotinha lá em cima. Vai entender, né?
Acho que esta é minha foto preferida. Tinha 7 meses de idade. A pose confortável lembra a prática de yoga. Será que era?
Meus pais frequentavam a igreja Católica. Uma avó era espírita e a outra crente. Uma salada. Na adolescência cheguei até a ir em igreja Batista, mas confesso, meu real interesse era por uma loirinha linda, que nem lembro mais o nome.
Já adulto, me interessei por outras filosofias/religiões/tradições. Tudo começou quando um colega de trabalho me apresentou o I Ching. Fiquei encantado com a cultura chinesa, como se me redescobrisse. Depois, curioso que sou, fui atrás do Tao te King, Hinduísmo, Budismo e Teosofia...além de tarot, astrologia e outras cositas boas.
Digo isso não para me justificar em "rótulos", mas para que entendam melhor minha "referência interna" quando afirmo no post anterior: "A inocência não-contaminada de meu filho me deu uma baita lição"; Tinha em mente o I Ching: "O homem recebeu do céu uma natureza essencialmente boa, para guiá-lo em todos os seus movimentos. Entregando-se ao princípio divino dentro de si, o homem alcança uma inocência incontaminada" (Hexagrama 25, Inocência). Mesma ideia de "Quem segue o caminho do Tao, se identifica com o Tao" (Tao te King).
Assim, respeito outras tradições como a Kabala ou mesmo o cristianismo, apesar de que nunca me despertaram maiores interesses. Sinto que não são "a minha praia". E assim, a gente vai seguindo nosso caminho individual, que nos une ou não. O engraçado é que, meu filho ainda pequeno, jurava que era dele a fotinha lá em cima. Vai entender, né?
Assinar:
Postagens (Atom)